ATA DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO
SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA,
EM 10.06.1999.
Aos dez dias do mês de junho
do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e
trinta e quatro minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a
homenagear o Dia do Acemista, nos termos do Requerimento nº 123/99 (Processo nº
1706/99), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac
Ainhorn, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os
trabalhos; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre,
representando o Senhor Prefeito Municipal; o Senhor Luiz Fontanive Ferreira,
Vice-Presidente da Associação Cristã de Moços - ACM, no exercício da
presidência da Entidade; o Senhor Mário Jarros, Presidente de Honra da
Associação Cristã de Moços - ACM; o Senhor Maurício Enrique Díaz Vandorsee,
Secretário-Geral da Associação Cristã de Moços - ACM. Também, foi registrada a
presença de representante do Senhor Pedro Ruas, Secretário Estadual de Obras
Públicas, Saneamento e Habitação. A seguir, o Senhor Presidente convidou a
todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a
palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Reginaldo
Pujol, em nome das Bancadas do PFL, PTB, PDT, PMDB e PPS, saudou o transcurso
do Dia do Acemista e, destacando a importância das atividades realizadas pelos
sócios e colaboradores voluntários da Associação Cristã de Moços - ACM,
discorreu sobre os objetivos educacionais e desportivos buscados por esta
instituição. A Vereadora Sonia Saraí, em nome da Bancada do PT, teceu
considerações acerca da importância da atuação da Associação Cristã de Moços
junto à comunidade porto-alegrense, ressaltando a significativa contribuição
dada pela entidade, através da Fundação Casa Casemiro Bruno Kurtz, para o
exercício da plena cidadania e para a efetiva aplicação do Estatuto da Criança
e do Adolescente. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do PPB e PSDB,
analisou o significado da homenagem hoje prestada pela Casa, enfatizando o
caráter pioneiro da Associação Cristã de Moços na introdução de diversas
modalidades esportivas no Estado, bem como a popularização do Dia das Mães.
Também, comentou aspectos do trabalho educacional realizado pela entidade
homenageada. O Vereador Hélio Corbellini, em nome da Bancada do PSB, parabenizou
os associados e colaboradores voluntários da Associação Cristã de Moços pelo
transcurso do Dia do Acemista, narrando fatos da conjuntura histórica vigente à
época da fundação dessa entidade e historiando sobre a vida de seu fundador,
Senhor George Williams. Também, comentou a atual composição e estrutura física
da Associação Cristã de Moços e a amplitude de sua representação em nível
mundial. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Luiz
Fontanive Ferreira, que agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo à
Associação Cristã de Moços, e procedeu à entrega, à Mesa Diretora, de estatueta
alusiva ao Dia do Acemista. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes
para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de
todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às
dezoito horas e trinta e sete minutos, convidando os Senhores Vereadores para a
Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo
Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, como
Secretário "ad hoc". Do que eu, Reginaldo Pujol, Secretário "ad
hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e assinada,
será assinada pelos Senhores 2º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Estão abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene destinada a homenagear o transcurso do Dia do Acemista.
Convidamos
para compor a Mesa o Sr. José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre; o Sr.
Luiz Fontanive Ferreira, Vice-Presidente da ACM, no exercício da Presidência; o
Sr. Mário Jarros, Presidente de Honra da ACM; o Sr. Mauricio Enrique Díaz
Vandorsee, Secretário-Geral da ACM.
Registramos
a presença dos Vereadores Reginaldo Pujol, João Dib, Sônia Saraí e Hélio Corbellini.
Também registramos a presença do Bacharel Gilmar, que representa o Secretário
de Obras Públicas, Saneamento e Habitação do Rio Grande do Sul, Dr. Pedro Ruas.
Convidamos
os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): É com muita satisfação que realizamos,
neste final de tarde, a presente Sessão Solene destinada a homenagear a ACM,
que é um patrimônio de nossa Cidade.
O
Ver. Reginaldo Pujol, autor da iniciativa da Lei nº 8205, que instituiu o Dia
do Acemista no Município de Porto Alegre, está com a palavra pelas Bancadas do
PFL, PTB, PDT, PMDB e PPS.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Posso dizer, com a graça de Deus e
pela vontade de parcela ponderável da população porto-alegrense a qual tenho a
graça de representar pela quarta vez consecutiva nesta Casa, que posso me
incluir, até pelo caminhar dos anos, entre os mais calejados da luta
legislativa. Isso tudo é relevante dizer-se nesta hora para enfatizar uma
circunstância muito especial. É com mais de vinte anos de convivência
parlamentar que experimento, no dia de hoje, uma das minhas mais profundas
alegrias e uma das mais intensas vibrações. As razões são múltiplas.
Primeiro,
falo numa solenidade que consagra concretamente o Dia do Acemista em Porto
Alegre e, com isso se culmina, Dr. Fontanive, uma jornada que se iniciou no meu
Gabinete há pouco mais de ano, quando o senhor e o Marco Antônio, após reunião
com o nosso Vice-Prefeito José Fortunati, expunham-me o pleito da ACM do Rio
Grande do Sul: o de ver repetido aqui no Estado algo que até então havia
ocorrido numa única Unidade da Federação, isto é, a oficialização da data de 06
de junho como sendo a Dia do Acemista. Isso, por si só, já daria motivo
suficiente para que eu experimentasse no dia de hoje uma situação muito
especial, muito gratificante e, sobretudo, motivadora do despertar dos
sentimentos mais positivos que possam nortear a vida de um cidadão colocado à
disposição da causa pública. Soma-se a isso, e de forma muito expressiva, a
circunstância de que me é dada a honra de não só falar em nome da minha
Bancada, como também me é cumulada a responsabilidade de falar em nome da
Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, do Partido Democrático Trabalhista,
do Partido do Movimento Democrático Brasileiro e do Partido Popular Socialista.
Legendas representadas aqui na Casa por fulgurantes valores da vida política da
Cidade, entre os quais destaca-se, obviamente, o Presidente dos trabalhos, Ver.
Isaac Ainhorn, Líder do Partido Democrático Trabalhista, que me conferiu esta
honraria, pela qual sou muito grato.
Assomo
à tribuna com esse grau de emocionalidade, convencido de que raras vezes as
circunstâncias me colocaram em momentos tão felizes.
Quando
experimentei ousar escrever a Exposição de Motivos que instruía o Projeto de
Lei que se transformou na Lei consagrada pelo Prefeito Raul Pont, eu me vali da
circunstância de que, entre os integrantes da ACM, eu tinha inúmeras pessoas do
meu círculo de relações que poderia escolhê-las como exemplos de vida, Dr.
Fontanive; não bastasse a sua pessoa, a do Marco Antônio, do Dr. Jarros, do
Alceu Dutra, do Haroldo, da Bernadete e vários outros militantes da causa da
ACM, que são referências dentro da sociedade de Porto Alegre e que, de maneira
muito expressiva, identificam o que é ser acemista.
Há
poucos dias, na segunda-feira, fui objeto de mais uma injusta homenagem, quando
os Senhores me outorgaram aquele Prêmio, e ali verifiquei que feliz
oportunidade tinha essa pessoa que, ao longo do tempo, tinha um intercâmbio com
a ACM - até por proximidade de vizinhança -, e que havia visto os seus filhos,
sobrinhos e, mais tarde, os seus tios, naquele jogo da adolescência e da terceira
idade, envolvendo-se no espírito da ACM. Quanta felicidade tinha um cidadão com
essas características, de poder partilhar com esse grupo de pessoas que hoje
têm como Presidente, o Dr. Nelson Madaleno, acompanhado do Dr. Baltar, do Dr.
Fontanive, do Sr. Raul Moranco, como seu Secretário; com o Dr. Dante Cardoso
Jarros, 1.º Tesoureiro; com João Clóvis Rodrigues, como 2º Tesoureiro; e com o
Gilberto de Azevedo, na 2ª Tesouraria.
Só
lamento que hoje não esteja aqui conosco o Marco Antonio, cujo sobrenome eu não
ouso pronunciar, com o temor natural de não o pronunciar adequadamente. Mas se
ele estivesse aqui conosco, teríamos toda aquela trilogia que estava na base
desse trabalho, dessa minha iniciativa um tanto titubeante; não por ter dúvidas
quanto ao merecimento, mas por temer a oportunidade, já que o ano de 1998, por
ser ano eleitoral, permitiria que houvesse alguns equívocos de interpretação
quanto ao objetivo. Não tinha pretensão de ver essa Lei aprovada com tanta
rapidez e, temeroso de que pudesse ser entendido como omissivo da minha parte
algum retardamento, deixei que ela fosse apregoada na Casa e tivesse uma
tramitação regular. E, qual não é minha surpresa que, logo depois, com
brevidade pouco comum, por unanimidade, com manifestações de inteligência e de
experiência parlamentar muito profunda, esta Casa a consagrava num tempo
absolutamente recorde.
Naquela
ocasião, lembro que os mais experientes - falo no Ver. João Dib, que é o nosso
decano - aconselhavam que as pessoas não falassem, porque se fossem falar,
teríamos trinta e três pronunciamentos favoráveis ao Projeto de Lei. Houve uma
combinação ao contrário, quase que uma lei do silêncio que se estabeleceu para
que, em trinta segundos, pudessem todos, de coração aberto, consagrar um
Projeto de Lei que tinha esse objetivo: instituir na Cidade de Porto Alegre o
Dia do Acemista.
Hoje,
10 de junho - com quatro dias de atraso na integração dos nossos espaços
regimentais -, celebramos aqui na Câmara, pela primeira vez, o Dia do Acemista;
e, doravante, o faremos todos os anos. Queira Deus que possamos compatibilizar
sempre, o mais próximo possível, do dia seis, que é o Dia do Acemista. E quando
repetirmos este ato, seguramente, em todas essas oportunidades haverá a
lembrança do que representa a ACM, seus integrantes, sua vocação e seus
propósitos dentro da sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Quando
isso ocorrer, teremos sempre presente conosco a declaração da missão da ACM de
Porto Alegre: “promover a vida como agente de transformação da sociedade,
trabalhando pela justiça e a paz, de acordo com a mensagem cristã”. Com esse
objetivo colocado como portfólio de qualquer apresentação documental se explica
porque, em trinta segundos, trinta e três Vereadores se somaram, unissonamente,
em um objetivo.
Na
Câmara Municipal de Porto Alegre toda a Cidade está representada, porque aqui
todas as correntes de opinião pública, em maior ou menor intensidade, têm
assento. É bom que se diga que independente de posição político-partidária,
independente de posição ideológica, todas as bancadas são comprometidas com
esses objetivos e reconhecem que a ACM é uma vanguardeira no Estado e no País
por essas cruzadas que vão desde a louvação das mães - prática introduzida pela
ACM no Brasil -, até todo esse trabalho de proselitismo, com melhor alcance
social, que hoje atinge inclusive a fronteira com o Uruguai, com a experiência
de Santana do Livramento e da nossa co-irmã, Rivera.
Sou,
pois, um homem gratificado. Neste ano, beiro a uma situação cronológica que
assusta há muitos, quando em primeiro de outubro chegarei aos 60 anos. Quero
dizer que chego a esse momento da vida com muito amor no coração, e que isso
tudo decorre das vivências de algumas experiências.
Quero
agradecer a todos aqueles que compõem a Direção atual da ACM e que ajudaram a
construí-la, ao longo do tempo, semeando o esporte, o basquete, o voleibol, o
futebol de salão, fazendo educação, fazendo escola, promovendo a adolescência,
a juventude, a terceira idade. A todos, quero agradecer pela lição. Essa é a lição
inspiradora que nos motiva a ter tanto entusiasmo, tanta vibração com os atos
que, hoje aqui se realizam, e que decorrem de uma circunstância da qual nós
participamos numa cumplicidade sincera, eis que, como cúmplices, assinamos a
proposição que, mais tarde, haveria de ser assumida pelo coletivo de toda Casa.
Muito
obrigado Dr. Jarros, muito obrigado Dr. Fontanive, muito obrigado aos acemistas
de Porto Alegre, e a minha esperança de que vocês continuem com esse amor, com
esse espírito de fraternidade, com essa abertura para o social, com essa
predisposição para o trabalho coletivo e para esse companheirismo renovado a
todo dia e a toda hora, ali, na Rua Washington Luís. Sempre com jovens, com os
adolescentes a fazer aquele bulício que me dá a alegria do despertar, como
vizinho, vendo que ali, a ACM, em mais um dia está presente.
Obrigado
a todos, e a certeza de que Deus foi muito bondoso comigo, quando lhe trouxe,
Dr. Fontanive junto com o Marco Antônio até a minha sala, e me propiciou a
alegria, a felicidade e a gratificação de ter sido signatário deste Projeto
transformado em Lei, para fazer justiça a uma entidade que merecia ser elogiada
e a um Acemista, símbolo desta Entidade, que é um exemplo que nós todos temos,
não só de reconhecer, mas de proclamar como algo de positivo que tem que se
multiplicar em Porto Alegre, no Rio Grande e no Brasil. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para falar pelo Partido dos Trabalhadores
tem a palavra a Vera. Sonia Saraí.
A SRA. SONIA SARAÍ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa.) Quero começar dando os parabéns ao Vereador que me
antecedeu e registrar que depois de todos os elogios que ele fez fica muito
difícil tecer mais elogios a respeito da ACM. Mesmo assim, em nome do Partido
dos Trabalhadores, quero fazer alguns registros que considero fundamentais a
esta Instituição, que quase dispensa maiores comentários.
Um
deles é dizer que conheço uma das obras da ACM com muita intimidade. Digo isto
com tranqüilidade, e deve ser uma das instituições que mais honram a ACM, que é
a Fundação Casemiro Bruno Kurtz, instalada na periferia da nossa Cidade, na
região da Cruzeiro. Apesar de não estar localizada no Centro da Cidade ela
desenvolve uma ação tão valorosa quanto a que está instalada no Centro da
Cidade. Digo isto com muita propriedade, porque as pessoas que moram naquele
lugar, como eu, convivem diariamente com a Casemiro Bruno Kurtz, e conhecem
pelo nome quem trabalha ali. O movimento organizado daquela região tem como
parceiro a ACM. Posso dizer isto olhando para o Caporal. A gente conhece as
pessoas que lá trabalham, e uma das coisas mais fundamentais que a ACM faz lá é
ajudar a gente a fazer o sonho do Estatuto da Criança e do Adolescente virar
realidade. A Fundação Casemiro Bruno Kurtz tem sido uma parceira incansável na
construção da cidadania das crianças e adolescentes daquela região. Este é um
registro que não poderíamos passar, hoje, sem fazê-lo.
Poderia
fazer vários outros registros tão importantes quanto este, mas dois eu faço
questão de pontuar, depois de tantos elogios ditos pelo Ver. Reginaldo Pujol.
Um deles é este: transformar o sonho do Estatuto da Criança e do Adolescente em
realidade; é uma coisa que a ACM tem nos ajudado a construir; também registrar
que tivemos o prazer de ajudar a eleger o Caporal como Presidente do Conselho
Municipal da Criança e do Adolescente da Cidade de Porto Alegre. Só quem milita
nesta área e quem trabalha nessa área sabe a importância que têm essas duas
questões.
Quero
parabenizar a ACM, desejando que continue ajudando a construir a cidadania do
povo brasileiro, do povo da nossa Cidade, e esperamos que em outras regiões da
Cidade as fundações sejam como a Fundação Casa Casemiro Bruno Kurtz. Parabéns à
ACM! Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
falar em nome da sua Bancada, o PPB, e da Bancada do PSDB.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda o Presidente e demais componentes
da Mesa.) Meu amigo querido Mário Jarros, que eu saúdo e abraço. Não perco
nunca a oportunidade de dizer desta tribuna o quanto Mário Jarros influenciou
na vida deste Vereador, quando era um jovem de 16 anos e se apresentou para ele
e para seus irmãos e encontrou uma solução. Saudando e abraçando Mário Jarros,
eu saúdo e abraço a todos os acemistas aqui presentes.
Eu
gosto muito da ACM. Não vou falar das coisas extraordinárias que a ACM fez, até
porque os que aqui estão sabem mais do que eu sobre a ACM. Mas a ACM introduziu
o basquete - e fez o José Fortunati ser um craque -, trouxe o vôlei, o futebol
de salão. Eu gosto muito do fato de em 1918, a ACM ter introduzido em Porto
Alegre, no Brasil, o Dia das Mães, que em 1932 o Presidente da República
Getúlio Vargas oficializava e em 1946 Dom Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do
Rio de Janeiro oficializava para a comunidade católica de todo o País.
Eu
também quero cumprimentar o Ver. Reginaldo Pujol por sua iniciativa, era algo
que faltava, porque realmente a ACM faz coisas maravilhosas nesta Cidade. A
Vera. Sônia Saraí colocou muito bem um pouco do que a ACM faz no seu bairro,
mas ela faz por toda a Cidade e também no Estado.
Mas
uma coisa me chamou a atenção no lema da ACM: “Promover a vida como agente de
transformação da sociedade, trabalhando por justiça e paz, de acordo com a
mensagem cristã.” Justiça e paz são coisas extraordinárias e que, na realidade,
falta neste mundo difícil que nós vivemos. Eu sempre digo que o direito nasce
do dever. Alguns praticam o dever com toda a tranqüilidade; e outros esperam
direitos que lhes são prometidos e que não são nunca assegurados. A ACM pratica
o seu dever, busca justiça, busca paz e com isso tem o direito de exigir do
Poder Público e da coletividade colaboração para que possa continuar buscando
essa justiça e essa paz que tanta falta faz para o nosso mundo. E não seria
nada difícil o mundo viver em paz, porque há lugar para todos, possibilidade
para todos, mas há um egoísmo muito grande e me chama atenção que nos próximos
três anos a ACM pretenda trabalhar para a construção de uma sociedade mais
solidária e mais fraterna. Solidariedade traria paz; fraternidade traria paz.
Solidariedade e fraternidade trariam justiça e isso faria um mundo melhor e é
por isso que eu digo, se o direito nasce do dever, alguns cumprem o dever
exemplarmente e a ACM, os acemistas fazem com um desprendimento que todos os
cidadãos deveriam ter, pensando sempre em solidariedade e fraternidade, para
que se viva um mundo muito melhor, que é o que todos nós queremos, é o que
todos nós almejamos.
Aos
acemistas, no seu dia, os cumprimentos da minha Bancada e da Bancada do PSDB e,
por certo, da Câmara Municipal como um todo. Neste dia, lembramos que o mundo
há de ser melhor pelo esforço de cada um de nós, pelo cumprimento do nosso
dever de sermos úteis, de buscar justiça e paz. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra. Fala por sua
Bancada, a Bancada do PSB.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Meu caro Presidente em exercício, Ver.
Isaac Ainhorn. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Também
prestamos referência ao nosso novo Secretário da ACM na América Latino, o amigo
Marco Antônio.
Eu
queria pedir licença para estabelecer um cenário, um cenário de crianças
andando nas ruas - pedintes -, senhoras desempregadas, idosos sendo excluídos,
desemprego em massa, revolução tecnológica, mudança dos paradigmas políticos,
indefinições e fim de século. Parece que nós estamos falando de hoje. Mas não é
de hoje! Nós estamos falando do final do século XIX.
Esse
mesmo cenário em que estamos vivendo hoje, era o final do século XIX. Segunda
Revolução Industrial, onde surgia a eletricidade, onde surgia o telefone, que
só hoje está popularizado, um século depois. Neste cenário em que mulheres
dormiam em covas, em que crianças comiam com os porcos, havia lá um cidadão
chamado George Williams que, com mais onze rapazes, criou a ACM, buscando isso
que o Ver. João Dib estava propondo.
Nesse
período, um filósofo político, Engels, retratou muito bem essa fase da vida do
mundo, que teve reflexos muito grandes no Brasil. Por exemplo, com essa
revolução tecnológica as fábricas começaram a produzir mais, trazendo a
necessidade de mais consumidores, e a Inglaterra - lá, terra do Sr. George
Williams - lutou contra a escravidão, colonizou a África.
Com
esse cenário, que é um cenário igual, lá surgiu o comunismo e o socialismo
nesse período; quebraram-se os paradigmas políticos - que estão sendo quebrados
agora - e surge a ACM. E as coisas grandes e interessantes da vida sempre
começam com um punhado de pessoas determinadas, eram onze, junto com ele. E,
hoje, o que é a ACM? Cento e vinte mil sedes, trinta milhões de pessoas
filiadas. Tem mais aqueles que são os honorários, como eu, que não sou filiado,
e deve haver milhões de pessoas em 125 países.
Estou
dizendo isso, porque estamos passando, exatamente, um tempo igual e o Partido
Socialista Brasileiro se sente confortável em dizer essas coisas, porque os
nossos princípios são, exatamente, ou quase exatamente os mesmos: a perseguição
perseverante da solidariedade e da fraternidade. Para isso é necessário
desprendimento, é necessária a reflexão espiritual e, para que essa dimensão
espiritual esteja contada na vida, é necessário que se dê a mão.
Vejam
as ações da ACM com crianças, com mulheres, com idosos, com o descanso, que era
um dos motivos do George Williams, pois naquela época, em que os homens eram
obrigados a trabalhar dezesseis, dezoito horas, ele via que a leitura da Bíblia
poderia dar, além do conforto, o descanso.
Hoje,
quando estamos na Terceira Revolução, a revolução tecnológica, a revolução da
informática, nós precisamos de voluntários sociais. A assistência social deixou
- e tem que deixar - de ser só uma responsabilidade do Estado; ela é muito mais
eficaz quando é feita por grupos de pessoas que se doam, associações ou
entidades que buscam nisso a promoção humana.
Nós,
do Partido Socialista Brasileiro, nos congratulamos com a ACM e queremos que no
final do próximo milênio tenhamos o dobro, 60, 70 milhões de acemistas no mundo
e que todos os países tenham sede da ACM, porque temos absoluta certeza de que
teremos, aí sim, o ambiente que busca o Partido Socialista: um ambiente de
solidariedade e de fraternidade. Se isso acontecer nós estaremos com aquilo que
nós mais prezamos, que é a democracia, não só política, ampliada, mas a
democracia social, a econômica, a tecnológica, a do acesso ao trabalho, onde as
pessoas todas poderão viver, então, da forma justa e feliz. É isso que nós
queremos: que todas as pessoas sejam felizes! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Tenho a honra de conceder a palavra ao
Vice-Presidente da ACM, no exercício da Presidência, Sr. Luiz Fontanive
Ferreira.
O SR. LUIZ FONTANIVE FERREIRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Aos 97 Anos, e pela primeira vez, a Associação Cristã de Moços de
Porto Alegre comemora a data que homenageia a sua comunidade, o Dia do
Acemista. Já foi aqui referido o Projeto de Lei do nosso particular amigo, Ver.
Reginaldo Pujol, e que o nosso Prefeito, Sr. Raul Pont, sancionou, a Lei nº
8205 em 6 de setembro do ano passado.
A
trajetória da nossa Instituição também já foi passada aqui pelos oradores que
nos antecederam, mas é importante ressaltar que, desde o seu nascimento em
Londres, em 1844, mais precisamente em 06 de junho, decorrente do anseio de um
grupo de jovens atordoados pela Revolução Industrial, alguns de origem
camponesa como o caso do mentor maior George Willians, e todos de profunda
formação cristã, resultando no nascimento do que é a ACM. Seu objetivo
primordial era dar um novo estilo de vida à juventude, mostrando-lhe a
necessidade de cultivar a vida espiritual, a mente e o corpo, tudo de uma forma
saudável. O Movimento assume dimensões maiores do que previam seus
idealizadores, espalhando-se pela Inglaterra e chegando já em 1893 ao nosso
País, através da ACM do Rio de Janeiro. A nossa, a segunda, foi fundada em 26
de novembro de 1901. A ACM, procurando estender o Reino de Jesus Cristo entre
os jovens, está presente em mais de centro e trinta países, conforme já
referido aqui, congregando pessoas de todas as raças, posição social, crença
religiosa, política, sem distinções de qualquer natureza, dando uma postura
ecumênica às suas origens e suas práticas estão voltadas para o Evangelho
segundo São João, cap. XVII, versículo 21, que nos relata “para que todos sejam
um”.
E
eu faço um parêntese agora, porque sábado, ao ouvir o programa do Médico
Winogron, na Rádio Guaíba, que comentava que na ACM de Jerusalém, que tivemos o
prazer de conhecer, ele aprendeu a falar árabe. Vejam a importância do
congraçamento dentro da nossa instituição.
Falar
do passado da ACM é sempre um motivo de muito orgulho para todos nós acemistas:
lembrar que criou o primeiro curso de comércio em 1904, que foi introdutor em
nosso País, em 1918, das comemorações do Dia das Mães; que introduziu em nosso
meio a prática do basquete, do vôlei, do futebol de salão; dos exames médicos, como
rotina, antes do início da prática de alguma atividade física; da higiene,
através do banho, como complemento da mesma atividade, coisas que hoje se
tornaram simples, corriqueiras, mas nós acemistas fomos pioneiros.
Temos
uma participação na área da educação e da assistência social - inclusive temos
hoje um Secretário nosso, o Prof. José Ricardo Caporal, eleito Presidente do
Conselho Municipal da Criança e do Adolescente -, do esporte e lazer, que são
desenvolvidos por nossas oito unidades e pela ACM da fronteira, nas Cidade de
Livramento e Rivera, onde temos parceria com a nossa co-irmã de Montevidéu.
Um
dos fatos que nos tocou profundamente, e a mim particularmente, foi a
manifestação da Vera. Sonia Saraí, quando se refere à Vila Cruzeiro. Nós temos
aqui presente o nosso Secretário Prof. Zolair Trindade de Oliveira, que trouxe
para dentro da nossa instituição, nos idos de 1991, 1992, a Fundação Casemiro
Bruno Kurtz, que estava sendo administrada pelo Rotary Porto Alegre Sul.
Lembro
que em 1976 tínhamos no Governo do Estado o Governador Sinval Guazelli e sua
então esposa Dona Ecléa Guazelli, hoje Ecléa Fernandes, que foi a idealizadora
daquela Fundação e conseguiu reunir uma série de entidades, inclusive o Rotary
e, depois, ficou assumindo sozinha aquele empreendimento. E a ACM, naquela
época, começou a participar e depois, por vários motivos, teve a necessidade de
afastar-se, retornando em 1991, e hoje somos a entidade mantenedora daquela
Fundação. O nosso Secretário Executivo é o Prof. Caporal, sendo que o
Presidente também está aqui, o nosso sócio básico, Sr. Júlio Machado da Silva.
Desse
reconhecimento por parte da sociedade resulta o compromisso e a
responsabilidade de correspondermos à expectativa de todos que a nós estão
ligados por dependência, nas comunidades carentes onde estamos inseridos, e nas
aspirações dos voluntários, secretários e profissionais, cada vez mais indo ao
encontro de nossas comunidades.
Por decorrência, as atividades e metas propostas pelo nosso Sistema de Trienal, já em desenvolvimento para os anos de 1999, 2000 e 2001, quando estaremos festejando o nosso Centenário, justificam-se por ser uma estratégia institucional para desenvolver habilidades, exercitar os planejadores na ação antecipatória de projetar o futuro.
Já
em 1986, a nossa ACM de Porto Alegre estava pensando no ano 2000, estávamos já
realizando eventos, reunindo nossos colaboradores voluntários e trazendo
palestrantes para conversarmos sobre o futuro da nossa missão, o futuro da
nossa Casa. Preocupada sempre com a formação e qualificação do cidadão,
especialmente dos jovens, procura a ACM desenvolver programas de lideranças, de
integração de minorias, de meninos de meninas de rua, desenvolvimento e meio
ambiente, cooperação intermovimentos; a permanente preocupação com a
qualificação dos nossos voluntários, dos nossos secretários e funcionários,
através de cursos, encontros e palestras.
Em
resumo, conscientes de nossa responsabilidade social, cultural e espiritual, e,
através de um trabalho participativo, estamos estimulando o crescimento de
nossos concidadãos, desenvolvendo as virtudes já referidas aqui pelos que nos
antecederam, da fraternidade e da solidariedade em nossa comunidade. Isso está
inserido na Declaração de Missão da ACM de Porto Alegre: “Promover a vida, vida
como agente de transformação da sociedade, trabalhando por justiça e paz de
acordo com a mensagem cristã.
Ser
acemista é ser um agente de transformação, tendo como fundamento a mensagem
divulgada por Jesus Cristo, onde se impõe como missão “promover a vida” e por
isso trabalhar mais pela justiça e pela paz.
No
decorrer dos próximos três anos, teremos como objetivo geral: “Trabalhar para a
construção de uma comunidade mais solidária e fraterna”, e isso, meus amigos
acemistas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é uma contingência da nossa
formação, da formação da nossa instituição.
Há
alguns anos, descobrimos na Vila Ipiranga um morador que foi refugiado na 2ª
Guerra Mundial e que foi socorrido pelos movimentos da Associação Cristã de
Moços. Um dia fui visitá-lo - é vizinho da minha nora, que está ali sentada - e
ele me mostrou uma foto da época da guerra onde havia um “triângulo da ACM”
atrás de uma cabana. Ele então disse que a ACM os alimentava, os vestia, os
socorria. Estava tudo coberto de neve, era um inverno rigoroso. Isto é a ACM!
Se formos relembrar, teremos histórias para contar a vida inteira.
Agradecemos, do fundo dos nossos corações, à
Presidência da colenda Câmara Municipal de Porto Alegre, à sua Mesa Diretora,
às Senhoras e Senhores Vereadores pela instituição do Dia do Acemista no
Município de Porto Alegre. Rogamos a Jesus Cristo, nosso guia e salvador, que
assim como conduziu os idealizadores e formadores do nosso movimento, continue
iluminando a todos nós. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ FONTANIVE FERREIRA: Gostaríamos de homenagear a Câmara
Municipal de Porto Alegre oferecendo este triângulo estilizado da nossa
Instituição para que fique consignado este Dia do Acemista, porque tivemos a
honra de sermos recebidos nesta colenda Casa.
(É
feita a entrega da estatueta.)
O SR. PRESIDENTE: Tenho certeza de que esta homenagem é
muito cara a esta Casa e esta estatueta será colocada num lugar de honra no
acervo do Gabinete da Presidência.
Agradecemos
a presença de todos os senhores nesta tarde e, em especial, essa manifestação
extremamente calorosa e de muita densidade proferida nesta tribuna pelo
Presidente em exercício da Entidade que homenageamos, o Sr. Luiz Fontanive
Ferreira.
Esta
Casa e esta Cidade apenas cumpriram um dever de justiça fazendo esse
reconhecimento, a partir da iniciativa do Ver. Reginaldo Pujol, posteriormente
transformada em Lei, e que retrata o que de grandioso tem essa Instituição para
a Cidade e para o conjunto da sociedade.
Gostaríamos
de registrar, ainda, a presença do Ver. Pedro Américo Leal.
Antes
de encerrarmos a presente Sessão, convidamos a todos para ouvirmos a execução
do Hino Rio-Grandense.
(É
executado o Hino Rio-Grandense.)
(Encerra-se
a Sessão às 18h37min.)
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